Tédio

Cidade grande, tarde de inverno

Por entre os arranhas céus o tédio

Invade meu coração.

Maior que todos os prédios é minha tristeza,

A aflição pela liberdade me devora.

Todos estão presos entre as paredes de concreto,

Lugar em que nem inseto entra.

Uma ou outra pessoa pela calçada passa

Apressada, muitas vezes em busca do nada,

Enquanto eu permaneço na solidão dos sós,

Sem saber qual a razão, a verdade das ilusões entre

As lâmpadas no alto dos postes.

As cabanas vazias, o coco pendurado, a água quente

Ou gelada intacta nas prateleiras,

Quiosque dos turistas, gente simples e artista

Mexem e remexem com minha emoção.

O tédio aperta, mas me contenho sem entrar na contramão.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 08/07/2010
Reeditado em 08/07/2010
Código do texto: T2364879
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