Esquina
Hei, você na esquina
me deixa coar do seu sangue
a cocaína.
Preciso traficar,
Todos precisam trafegar
tem muita gente nessa esquina
tem gente que traveca
tem gente que peca,
Se esconde nos pecados
nas lágrimas de seus olhos furados.
Mil pecados capitais
"capitalismo selvagem".
Paisagens congeladas em tatuagem.
Não faço poesia cômica
sobre doença crônica.
Saudade.
Do tempo que eu não morria.
Mergulho no éter
me mato no preconceito, desconceito
na superfície deste mundo hétero, superficial
estupidez de vocês.
Diz adeus no leito
no leito das esquinas
dormem ao relento. as meninas.
no leito das esquinas, só as estrelas fazem companhia
ao sonho lento. um alucinado.
No leito de um mundo sem verdade,
onde a liberdade,
é estátua e bairro
em grandes cidades.