Lâmina d'água

Sou o riacho correndo mansinho

buscando carinho e cuspindo na dor,

sou tulipa nas entranhas da serra

um peito que encerra a pureza do amor.

Vivo a sorrir dessa incerteza absurda

bebendo na fonte de meu aprender,

zombo do ódio dos meus inimigos

que nunca entenderam meu bem querer.

Pedra rude, não poliglota e tupiniquim,

minha floresta tão bela,

lindeza d’aquarela, tocata de oboé,

o meu verde é o deleite dum coração

a sorrir de amor entre os igarapés.

Vez em quando à flor d’água,

a Yara beija um boto cor-de-rosa.

*A Ceiça Bentes, filha dos igarapés, que traz na amizade sincera e pura, um doce verso feito nas estrelas.

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do Livro Marçalíssimamente Poetando...

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 06/07/2010
Reeditado em 13/08/2019
Código do texto: T2362710
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