Lâmina d'água
Sou o riacho correndo mansinho
buscando carinho e cuspindo na dor,
sou tulipa nas entranhas da serra
um peito que encerra a pureza do amor.
Vivo a sorrir dessa incerteza absurda
bebendo na fonte de meu aprender,
zombo do ódio dos meus inimigos
que nunca entenderam meu bem querer.
Pedra rude, não poliglota e tupiniquim,
minha floresta tão bela,
lindeza d’aquarela, tocata de oboé,
o meu verde é o deleite dum coração
a sorrir de amor entre os igarapés.
Vez em quando à flor d’água,
a Yara beija um boto cor-de-rosa.
*A Ceiça Bentes, filha dos igarapés, que traz na amizade sincera e pura, um doce verso feito nas estrelas.
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do Livro Marçalíssimamente Poetando...