SINTO ORGULHO

SINTO ORGULHO

Lílian Maial

Não sinto vergonha de ter feito,

até hoje, o que fiz.

Não sinto vergonha do meu país,

das minhas origens,

dos erros, tentando acertar,

das mancadas, acreditando no melhor,

do aprendizado, que os anos me vêm proporcionando.

Como criança, aprendo com cada tombo,

com cada choque nas tomadas,

com cada NÃO dos mais velhos,

com cada traição dos falsos amigos,

e também com os que acabei traindo

em minha caminhada.

Não sinto vergonha de ser humana,

de acertar e errar,

de tatear a verdade.

E quem sabe a verdade?

Quem tem as respostas todas?

No final das contas, não viemos todos do mesmo princípio,

e não iremos todos também para o mesmo fim?

Não, não sinto vergonha,

ao contrário,

sinto orgulho de ter participado

e ainda participar da construção do futuro

(que sempre espero melhor).

Sinto sim, um imenso orgulho do meu país,

do meu povo que, apesar das mazelas,

das crendices, dos erros, dos engodos,

é um povo feliz, hospitaleiro,

amigo, esperançoso.

Sinto orgulho de ser brasileira,

de ser mulher,

de ser poeta.

Sinto imenso orgulho de não calar,

mas de não reclamar placidamente,

de não achincalhar minha terra,

minha gente, meu Presidente que,

afinal de contas,

como milhares de brasileiros,

ajudei a escolher.

Honro meu país, seu líder,

seu representante,

mesmo que não concorde com ele em tudo,

mesmo que veja defeitos em seu governar,

pois ele representa a DEMOCRACIA!

É chegada a hora de novas escolhas,

novas encruzilhadas.

Anular voto?

Deixar de escolher o amanhã?

Isso sim me envergonharia,

porque eu perderia o direito de cidadania,

tão sofregamente conquistado

com o sangue de tantos irmãos,

que lutaram e morreram,

para que hoje eu pudesse sentir orgulho

de dizer e assumir,

com meu voto,

com erros e acertos,

que eu também fiz esse país.

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