UM ANJO, UM HOMEM, UMA JUMENTA

E na estrada da desobediência se ia Balaão e sua jumenta;

E por desviasse três vezes do anjo de Deus que lhe aparecia;

Por três vezes com a vara espancou-a Balaão com grande ira;

Sendo na terceira vez impossível de continuar, ela senta;

N’um ato incomum, a jumenta fala: “- Por que já por três vezes me espancaste”?

N’outro ato incomum Balaão responde: ”- Por zombar-me as mesmas vezes.”

Em ato agora comum a jumenta retruca: “- É do meu costume fazer isso, já que me cavalgaste por tantas vezes”?

“– Não!” responde Balaão cego de fúria prepotente.

Abrindo o anjo os olhos de Balaão para a verdade;

Seu rosto se constrange e vai ao chão por tamanha superioridade;

E o anjo fala em pé imponente forte:

“– Por que espancaste por três vezes tua jumenta Balaão?

Se ela desviou o caminho na minha frente e mudou a direção,

Era para livrar-te da própria morte”!

Tomb
Enviado por Tomb em 06/07/2010
Código do texto: T2361201
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