HÁ QUEM DIGA QUE POETA É FINGIDOR

JoaKim Santos

Há quem diga que poeta é fingidor

Nas suas palavras pode fingir certamente

A euforia do momento ou até mesmo de dor

Mas a verdade é que escreve o que vai na mente

Levanta-se e ergue-se como um muro

Torna-se vulto no cais, espera que a água se acalma

Enquanto isso joga com as palavras, sensível ou duro

Esconde-se na sua sombra e não mostra o que vai-lhe na alma

O poeta é sensível, vê o fundo, luta sempre para se levantar

Vê os navios aportarem e fala-lhes com o seu espirito sombrio

Ou deliram na loucura das palavras do seu pensar

O poeta pode ser tudo, chamem-lhe fingidor

Ele é o fogo que arde lentamente como um pavio

Mas sente e transmite palavras sábias e de amor

Portugal / Loures

8JULHO2008