O Amor de Solis...

E em seu silêncio,

Cúmplice de meu olhar,

... Entoei-lhe:

Amo - te... Meu doce Ícaro...

Não houve olhar,

Em que encontrei o seu,

Não que a todos,

Eu tenha olhado,

... Mas foram os seus,

Que próximo vi...

Desejava algo sem nome,

Algo único a ti,

Então me dei...

E não a ser a quem eu me entregue,

Que viva eternamente...

Ou empós ter tido a mim, continue a sentir...

Qualquer fervor ao cerne...

Meu beijo fora a Morte,

Meu ósculo fora o último,

Minha saliva fora cálida,

E meu toque – teu fim...

Em teu olhar avistei,

Teu Sonho alvo,

A orla do vento vasto,

... Então o realizei...

Observava,

Com tamanha dor,

Seu corpo decaído,

Curvando-se com fervor,

...Indo ao infinito

De seu próprio ser...

Tuas asas mortais... Veludos a decair...

Sua pluma fora seu corpo,

Sua tinta seu sangue,

E sua obra final, sua Morte... Ó Morte...

Tu o único,

O Amor que possui e senti,

Floresceu e feneceu,

Viveu e não morreu,

Por qual razão meu doce Ícaro me abandonou aqui?

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 05/07/2010
Reeditado em 05/07/2010
Código do texto: T2360338
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