Uma constante alvorada!

Hoje

Eu queria pegar em mim

E deitar-me fora…

Queria tecer com meus nervos

Uma rede para descansar.

Queria ser barco

Ao sabor das ondas a vagar…

Ah, deixar correr o tempo

Sem disso me aperceber!...

Esquecer-me de mim…

Serenamente adormecer…

Hoje

Eu queria pegar em mim

E deitar-me fora…

Amanhã

Eu queria nascer outra vez…

Uma alma nova, um novo ser!

Algemas quebradas

Ressurgir do nada.

Ah, pudesse minha vida ser

Em cada dia que passa

Uma constante alvorada!