Tive de vir
Tive de vir
Tive de chegar
Tive de me achegar a ti
O escuro de minh’alma
Nega-se a clarear
Os mistérios que me afligem
O que é do escuro
Jamais será clareado
Lá deve permanecer
Ainda me sinto escrava
Deste domínio inescrupuloso
Que tem morada contínua
Que não se espreita por nada
Marca e demarca o território
Sinto-me vítima
Quero virar o jogo
Queimar com gasolina e fogo
E viver – só isto
E caminhar com meus próprios pés
E com minhas razões
Talvez irracionais,
Mas que dão satisfação
No âmago de meu ser.
Deste Ser irado, machucado
E mal criado
Com ferida exposta
Avariado
Sufocado
Exilado
Enclausurado
Quero viver
Quero crescer
É para valer
Vivenciando
Deslumbrando
Alterando
Degenerado
Virtuoso
Impetuoso
Sagaz
Fugaz
E viva o alcatraz
Desacertado
Desamarrado
Desajustado
Sem ir
Sem vir
Estando além
E depois aquém