Mais do que posso dizer...

Sou um ser saudosista, e por vezes,

Até meio incisivo em meus pensamentos...

Sou por inteiro desigual,

Sempre buscando me abster do que me é bom,

E entregando-me de cabeça aos males do meu coração.

Tenho uma sede incessante,

Por tudo aquilo o que é belo...

Mergulho de olhos fechados

Sempre esperando, subjetivamente,

Um final amargo ao meu escárnio pessoal.

Sou o que chamam de “louco”.

O hedonismo pelo sofrimento se faz sempre presente.

Não, realmente não posso evitar...

Sou aquilo o que poucos entendem,

Procuro esconder-me do certo para não fazer errado...

Sou o que muitos acham ruim;

Saboreio a insanidade com um belo sorriso nos lábios,

E por consciência,

Ainda quero sempre mais.

Sou a expressão de um instinto primitivo.

Desapego-me muito fácil,

De tudo aquilo o que me fere o íntimo.

Sou, pois,

Uma alma livre,

Cantando canções que poucos podem ouvir,

Mas que muitos gostariam de decifrar...