MINHA LÍNGUA
Nua, com muitos artifícios,
Minha dama irreverente,
Dás teu corpo e roubas a alma
Do poeta que te ama!
São pétalas perfumadas
As palavras da minha língua
Perpetuando em verso e prosa
A essência lusitana.
Mais quente e sensual ficaste
Neste chão hospitaleiro
Da minha terra brasiliana
Despindo o pesado manto europeu
E vestindo os trajes brasileiros
Dos termos da terra acrescentados,
E quando são pronunciados
Parecem sussurros de dois amantes.
Misteriosa, dona de segredos mil,
Fazes sofrer a quem tenta
Possuir-te inteiramente
Pensando que és estática.
O dinamismo é o teu cerne,
Lá tens sempre uma surpresa
Vestindo o teu vocabulário
Com roupagem de rara beleza.
08/09/06.