Essência de poeta
Um campo de lavandas imaculadas
Fora o refúgio do coração de um poeta
Que teve a carne governada pelos vícios
E sua alma consumida pelas palavras
Dançava todas as noites consigo mesmo
E no seu quarto outra garrafa de vinho barato
Declamava velhas histórias sobre velhos costumes
Como o velho costume que tinha de se apaixonar
Amava tudo que fora desprezado pelo erro
Na correnteza das paixões morria sempre afogado
Descrevia as ruas, sem pessoas, sem amores.
Só com disfarces que o levava a um novo mundo
Sua inspiração transcendia o tempo em que vivia
Toda sua vida lhe cabia ali em suas mãos
Promessas desfeitas em beijos sem culpa
Pois atribuíra à culpa a um antigo retrato