Essência de poeta

Um campo de lavandas imaculadas

Fora o refúgio do coração de um poeta

Que teve a carne governada pelos vícios

E sua alma consumida pelas palavras

Dançava todas as noites consigo mesmo

E no seu quarto outra garrafa de vinho barato

Declamava velhas histórias sobre velhos costumes

Como o velho costume que tinha de se apaixonar

Amava tudo que fora desprezado pelo erro

Na correnteza das paixões morria sempre afogado

Descrevia as ruas, sem pessoas, sem amores.

Só com disfarces que o levava a um novo mundo

Sua inspiração transcendia o tempo em que vivia

Toda sua vida lhe cabia ali em suas mãos

Promessas desfeitas em beijos sem culpa

Pois atribuíra à culpa a um antigo retrato

Lenilson Alpino
Enviado por Lenilson Alpino em 04/07/2010
Reeditado em 05/06/2011
Código do texto: T2357532
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