Meu Etílico é Seu
Uma merda eterna
fraterna
Adubada por homens
da caserna.
Uma grande interrogação
Uma grande interpelação
Um semblante bucólico
e um rabisco alcoólico
São só imprecações
aqui despejadas
sentimentos esquálidos
na forma escarrada
Se viro a folha
já é outra escolha
Caio no mundo
Saio da Bolha
Ontem amei outrem
no trem
Mas quando dei por mim
era só eu e mais ninguém
E se o objeto abjeto
do desejo
é o beijo
o gracejo virou desprezo.
Me torpedeiam as luzes
assim como obuses
E eu digo NÃO
protegendo os olhos com a mão
Pois fico mais seguro de mim
na escuridão
E a plenitude da minha solitude
nesta cidade
é colocada em jogo me quando lembro de você
e só me ocorre felicidade
Por isso cubro os olhos
para afastar
a claridade vulgar
do brilho do seu olhar.
02/07/10 / 03/07/10