Meu Etílico é Seu

Uma merda eterna

fraterna

Adubada por homens

da caserna.

Uma grande interrogação

Uma grande interpelação

Um semblante bucólico

e um rabisco alcoólico

São só imprecações

aqui despejadas

sentimentos esquálidos

na forma escarrada

Se viro a folha

já é outra escolha

Caio no mundo

Saio da Bolha

Ontem amei outrem

no trem

Mas quando dei por mim

era só eu e mais ninguém

E se o objeto abjeto

do desejo

é o beijo

o gracejo virou desprezo.

Me torpedeiam as luzes

assim como obuses

E eu digo NÃO

protegendo os olhos com a mão

Pois fico mais seguro de mim

na escuridão

E a plenitude da minha solitude

nesta cidade

é colocada em jogo me quando lembro de você

e só me ocorre felicidade

Por isso cubro os olhos

para afastar

a claridade vulgar

do brilho do seu olhar.

02/07/10 / 03/07/10

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 03/07/2010
Código do texto: T2356647
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