FELIZ INCONGRUÊNCIA!

Quero saber, se vez em quando, ainda existo...

Satisfazer, fazer valer o meu espírito

Daquele tempo que ao implacável eu resisto

Por não sentir senão um ser de tão bem quisto!

Perdi o bonde do juízo e o trem das onze

Dormi decúbito ventral em estátua de bronze

Friorento encolhido nos braços de Morfeu

Dormi o injusto sono dos justos, oh meu Deus...!

Meu cobertor interno é uma golada de cachaça

Que me aqueça e não me leve dessa praça

Enquanto o povo passa ao longo desse trampo...

Eu me planejo inteiramente pro escambo...

E após janeiro, fevereiro entra em campo

Um carnaval tropicaliente me encanta

E ao meio-dia lá em Cuba eu danço um mambo

Pra não de dizer que não falei de flor do campo...

Visto meu falo com camisas tricolores

A preservar da gravidez e de outras dores

E quem gostou que bata palma, peça bis

Quem não gostou tire o chapéu e o rasgue em xis!

Metamorfoseando minha crença numa muda

De um cristão que adotou o clã de Buda

Vôo de bicicleta estreando uma bermuda

Nalgum triângulo colorido de anarrugas...

Classificando toda sorte contra o azar

Aspiro um galho de folhas de arruda...

Ponho uma rosa na lapela a reciclar

Toda a tristeza na alegria de uma ajuda...

"Censura Livre" para menores de 15 planos...

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 03/07/2010
Reeditado em 03/07/2010
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