INTERLÚDIO
Eis que venho unir-me em sua dúvida
Buscando tão somente sua companhia
Que parece enriquecer os meus pretextos
No momento em que me parece meditar
Se está ou não onde imagina
Se repleto de reflexão ou agonia
Não posso tão somente ignorar
Cá estou eu a cismar
Observando seu sentir se libertar
E sua prudência liderar suas conjecturas
Ah!... Idéias que me soam livres e puras
Sem condicionamento a olhar o seu destino
E os afetos se enfileirarem sem desatinos
Seu diálogo tímido e considerativo
Se propõe um tanto introspectivo
Ir mapeando uma possível explicação
Determinado sonda a verdade
Na esperança de entender a realidade
E assim mergulhar sem medo na paixão...
Considera então as tramas da natureza
Envoltas em desvios e sutilezas
Na sabedoria que desafia o entendimento
E por fim considera a fatalidade
Disfarçada em mera casualidade
Que faz do destino um impedimento. ...
Não há tempo, nem espaço, nem outra consideração
Há somente a certeza da união
E o desejo que atrai nossas identidades
Imperativa é a procura entre nós
Que desejamos cada instante estar a sós
E saciar de vez nossas vontades...
Por onde andará nosso destino?
Qual a sina que nos aguarda e nos pertence?
Onde habita a verdade sobre nós?!
Nada pode nos deter ou nos guiar
Não há como alguém ou algo nos tardar
A não ser a convicção de nosso amor
Que de alguma forma encontra o caminho
Polvilhado todo ele com carinho
Que o próprio amor esta a espalhar
Frente à eternidade soa sua voz
Indagando ao infinito sobre nós
Enquanto se permite até sonhar
Pois o lugar que considera seja nosso
É o paraíso onde o amor vai habitar
E onde nos dois podemos nos amar
Sem medo, sem pressa, sem pudor
Entregando-nos as loucuras do amor!
25/05/2008 - Brasil/São Paulo
Esta poesia faz parte de um dueto:
ENTREACTO/Emiriano Rocha Interlúdio II