Na varanda
Olho pela janela vejo folhas caindo
Na varanda de casa o que mais quero é ver o sol sorrindo
Respirar um ar doce e calmo
Recitar um poema ou um verso na mente salvo
Na varando me elevo, me transformo
Não lembrando da dor que no corpo ainda suporto
Ventos batem levando a poeira parada nos cantos
Brisas nas frestas fazem soar sons afinados iguais a cânticos
Da janela olho a rua seca, vazia
Onde está a criança que naquela praça sorria
Distraído penso no horizonte escondido entre nuvens negras
Tento limpar para o sol mas minhas mãos estão presas
Na varanda cai a garoa que engrossa virando chuva
No vidro os pingos me deixam a visão turva
A chuva cai e ainda é dia
Dentro de casa ouço a água que com força no telhado batia
Pássaros voam tentando se esconder
Se ela continuar só vão ter paz ao amanhecer
Me deito na rede para pensar ou tentar não pensar
E borboletas em seus únicos 24 horas de vida passam a voar
Ao invés de não pensar acabo pensando na vida
E em quanta vida que passa e fica
Nessa vida louca não vemos tanta coisa bonita
Tanta coisa rica
Que com a rotina de tudo nem com um amigo conseguimos conversar
Não quero passar por aqui e só olhar
Quero tanta coisa pra mim
Tenho tanto medo do fim
Tudo o que quero é me sentar na minha varanda
E com alguém que amo ver a vida passar