POR QUÊ NÃO ME JOGAS AO VENTO?
Sentado aqui na cadeira ao relento
O meu dia flutua, calmo e lento
Diante das preocupações da vida
Cinza, cor maldita, escuresse o azul
Oh dia! As vontades se misturam
Na fumaça da desgraça e da monotonia
Pode de tudo isso um pouco de alegria
Do pó, do velho e do mofo, surgir o novo?
Cordas rompidas e tambores de aço
Tocam o silêncio do relógio pelo corredor
Oh Tempo! Tornas-me mais que sofredor
Até mesmo da dor me negas a presença
Por quê não me jogas ao vento?
Esse sofrimento que eu não aguento
Sofro como limbo ao fogo no meio do vazio do nada!