Quem Sabe

Conhecemos-nos nas linhas da amizade

Você entrava pelas portas sem intenções

No olhar o verdadeiro refletido em tempo

Os anos foram aquecendo as cartas do destino

Estranho destino brincalhão de ser

Viagens de afáveis recordações se formando em nós

Na linha da vida ao seu lado eu dançava

Na linha da vida ao meu lado você bailava

De um grupo de amigos um se destacou

Invadiu os sonhos, que tremeram ao seu passar

O amor fraternal se transfigurando em paixão arriscada

Um compromisso existente e o temor ao futuro ultrapassam o desejo

Admito que às vezes perco a cabeça diante dos desafios diários

Pelo menos eu assumo os erros antes de prosseguir tropeçando

Sei que parte é culpa minha

Quando digo que não resisti aos seus arrepios ilógicos percorrendo minha derme

Desculpa se pareço covarde ante suas súplicas

Desculpa se alcanço a razão antes dos seus dedos

Desculpa se me agarro ao certo do meu contínuo caminhar

Desculpa se meu medo se sobrepõe aos seus sentimentos tão sinceros

Calculo cada passo antes do tempo oferecido a nós

Prevejo o término e a culpa corroer meu espírito perante tal questão

Crio uma pintura nossa borrada pelo desgosto

Sinto o arrependimento após cada delirante beijo

O beijo...

Seu beijo...

Sinto o roçar das horas sangrarem em nós

Então ao invés do possível adeus, prefiro o tchau

O até amanhã

Nessa amizade registrada no eterno

Por isso, estenda sua mão

Transforme o calor da ardência do prazer contido em ameno carinho

Como dantes

Reconfigure o anseio

Creio que conseguiremos nos refazer desses devaneios inconstantes

Quem sabe um dia riremos deles e desse fogo que arde nas veias nos chamuscando o sangue

E recuperaremos o terno amor.

*

Gisele Galindo
Enviado por Gisele Galindo em 02/07/2010
Reeditado em 02/07/2010
Código do texto: T2353956
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