A fartar-me pelos sonhos...
A fartar-me pelos sonhos
Que do porão se põe
Folhas de secas maneiras
Centeio para pães bávaros
Rasgos que incendeiam
Fina palha que assovia
Pratos para embutidos
Libações em torno das vinhas
Lúdico olhar que brota em fome
Glossalgia em ares pimenta
Síntese de um gozo frêmito
Pela barreira que se aduna
Vestígios de velame, águas mais doces,
Romanos amassando grãos com fervor
Novas receitas entre os centeios
Cá deste marinho ar que me voleia...
O teu suspiro noturno que aguardo
Nas sedas que te despe agora
Novas ceias em preparos no amanhã
Põe-se distância para nossos gemidos
O olhar convida a permanência
Desencantam outros saraus
A fome o clima obstina
Enquanto o Sol termina a tarde
Tanto vaguei por estes mares, agora descanso no bom da vida!
Peixão89