SOLITÁRIOS PEDAIS
Minhas palavras se perdem entre ruas vazias
Enquanto pedalo meus sonhos pela solidão.
São palavras sem rimas onde extravaso a nostalgia
Das loucuras que a infância largou na contramão.
Enquanto pedalo, falo comigo mesmo,
Não me importando a chuva ou o solilóquio...
O meu discurso é simples, confuso e óbvio:
Falo das dores, amores, paz e desespero.
Falo enquanto giram os pedais do tempo.
Falo em silêncio, grito em silêncio e me sinto forte.
Conheço-me! Falo-me sobre esse conhecimento
E acabo me desconhecendo, só por esporte!
Pedalo criando personagens que cantam e encantam
A solidão da noite das ruas vazias e escuras.
Pedalo sem notar as estrelas despistando a chuva
E despontando entre meus olhos que clamam
Por ver o brilho da descoberta, do reencontro
Do meu eu com minhas dúvidas e medos;
Clamam por ver como se realizam os sonhos...
Mas, as estrelas e os pedais ainda guardam segredos!
Minhas palavras vão continuar perdidas,
Meus pedais vão continuar girando,
A solidão vai continuar me acompanhando...
Pois, minha nostalgia é parte marcante da minha vida!