A Grande Dama
Abri a janela do meu quarto
Numa belíssima manhã de verão,
Avistei o mar em sua imensidão
E um sonho em mim carecia de um parto.
Deixei que o Sol inundasse meu ambiente
E que seus raios iluminassem meus devaneios,
Havia um excelso mistério em meu seio
Num orvalhar de luzes que resplandecia de repente.
Resolvi perambular à beira-mar
Para no calor tentar revelar meu sonho,
Suei gotas de orvalho num frenesi medonho
E abri os braços para saudar a beleza do lugar.
Repentinamente me sentei no chão
E na areia construí um belo palácio,
Senti forte inspiração e me foi muito fácil
Desvendar grande dama sorrindo com emoção.
Seu perfil era nobre e sedutor
E seu sorriso iluminava as imagens do dia,
Porte elegante, rosto repleto de magia,
Era uma deusa que simbolizava o amor.
Senti sua voz em meus ouvidos
Sussurrando que o palácio era seu castelo,
E mesmo diante de tantos mistérios,
Compreendi que a dama governava os sentidos.
Tinha um hábito bastante salutar
Que era o amor que destinava ao mundo,
Criatura que guardava em si devaneios profundos
Para que a humanidade aprendesse a amar.
Ninfa que combatia a hipocrisia,
Deusa-mulher que o universo precisava conhecer,
Coração de ouro que reluz em cada amanhecer,
Pedra preciosa adornada de alquimia.
Finalmente o parto encantou a natureza
E renovou no seio do povo a esperança,
Nasceu no coração de todos uma nova criança,
Uma grande dama cheia de esplendor e beleza!