Um Beco
O que se espera da obscuridade humana,
a profana mente atenta para o real,
O que se espera de um pervertido ser,
nada de bom, de afável, apenas o mal.
Em becos a escória escondida, obtusa.
a desdenhar do esforço humano, pretexto.
E de repente, arqueia a veste, num gesto
de crueldade, a mente, embolia aguda.
O que se espera de um ser medonho,
Que por seu gesto, deixa um pai tristonho,
Tira a beleza, talvez a vida, agonia
De um pequeno ser que nunca culpa teve.
Tentando ver a luz, arredia a vida lembra,
pequeno ser, um dia se encheu de sonhos.
Pra procurar vencer a dor, vencer o ventre
a criatura, não lhe deixou nascer.
Deixa a mãe, tão evasiva, fica o peito...
de dor, vergonha, medo e ódio puro,
Que não deixou crescer o ser pequeno,
Arremessando a vida numa cratera escura.
Por essa mãe que um dia, sonhos teve,
o amanhecer só te deixou lembranças.
Do beco escuro onde um ser medonho,
tirou a vida de sua pequena criança.