pelo chão afora
derramo meus olhos
pelo chão dos teus passos crueis
que um dia por nada
te levaram de mim
e de lá já se foram
tantas madrugadas em claro
tantas noites vazias
tantas manhãs tão frias
raros
foram meus momentos de paz
que o tempo ingrato
incólume
nunca perdoou
e dele já suportei
todos os infernos
vulcões internos
dores imensas
e por reconpensa
tenho meus pedaços expostos
os poucos que não me levastes
mas se olhares atras
por um momento que seja
verás
meus restos espalhados
pelo chão afora
o mesmo chão que pisastes
quando fostes embora