Sexta de céu estrelado, no Rio...

Desponta o véu negro

De minha cidade

De mil estrelas pontilhado

Enquanto desfila nas ruas

Sua mocidade.

O resquício de nossas lembranças

De um dia de trabalho

Deságua no lago da bonança,

Num copo de cerveja

De pronto estou ditoso alheado.

As luzes na noite

Refletem sua intenção

Nas águas da reentrância

Das costas da minha cidade:

Uma beldade.

Encantos pra lá de mil

Nos embalos de uma boa conversa

Enquanto a linda manhã me espera,

Ao sol, bem cedo e céu anil,

À brisa da aurora que entoa.

O Redentor com seus braços erguidos

Apresenta a quem mais quiser conhecer

As exímias maravilhas do alto do paço

- Minha cidade: um palácio da natureza -

Enquanto abraço as suas areias claras...

E as horas se passam,

As meninas passam,

O negro véu se desbota,

O sol doura as águas do mar

E os pés velozes empurram

As ondas firmes do calçadão.

A notícia trágica no jornal,

Na manhã de sábado,

Não chega esmorecer meu coração,

Pois as desvantagens

Minha cidade cobre em larga escala

Com beleza, meiguice e sedução.

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 01/07/2010
Reeditado em 17/09/2014
Código do texto: T2351166
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