Sexta de céu estrelado, no Rio...
Desponta o véu negro
De minha cidade
De mil estrelas pontilhado
Enquanto desfila nas ruas
Sua mocidade.
O resquício de nossas lembranças
De um dia de trabalho
Deságua no lago da bonança,
Num copo de cerveja
De pronto estou ditoso alheado.
As luzes na noite
Refletem sua intenção
Nas águas da reentrância
Das costas da minha cidade:
Uma beldade.
Encantos pra lá de mil
Nos embalos de uma boa conversa
Enquanto a linda manhã me espera,
Ao sol, bem cedo e céu anil,
À brisa da aurora que entoa.
O Redentor com seus braços erguidos
Apresenta a quem mais quiser conhecer
As exímias maravilhas do alto do paço
- Minha cidade: um palácio da natureza -
Enquanto abraço as suas areias claras...
E as horas se passam,
As meninas passam,
O negro véu se desbota,
O sol doura as águas do mar
E os pés velozes empurram
As ondas firmes do calçadão.
A notícia trágica no jornal,
Na manhã de sábado,
Não chega esmorecer meu coração,
Pois as desvantagens
Minha cidade cobre em larga escala
Com beleza, meiguice e sedução.