As Feras
Elas repousam nas torres de marfim
Observam do panteão a plebe febril
Sussuram frases construídas por línguas antigas
E aprendidas em tempos atuais
Sua confusão é a gema do hálito alheio
Suas penas formam asas na imaginação dos outros
E sua boca fere a antecipação do futuro
De quem ousa questionar
Sua presença fecunda o silêncio
Entre os plebeus piréticos
E consubstancia os dizeres da bandeira
De um mundo conservador e pueril
Fadado a estratificação velada
Combatida pelo discurso perverso,
Estante e meio inverso a sua prática na vida
As feras se escondem nas candeias
À espreita e à espera da caça alheia
Dos pequenos predadores
Que crescem entre as árvores frondosas
E que pouca luz deixam refletir
Ás pequenas árvores que brotam
Nas instâncias da vida e que não passam
Dos brotos:
Muitos apodrecem jovens
E fenecem sem realização
As feras esperam a caça dos outros
Roubam-nas e apresenta a todos
Como sua...