"E ASSIM SE CONSTRÓI CADA IDA..." (FANFARRAS & FORROBODÓS)

Há momentos que são duros...

aqueles em que nossas caras

esbarram em postes, paredes, muros...

ou que os nossos sentimentos derrapam,

capotam, abalroam na alma de outra pessoa

e entre mortos e feridos todo mundo escapa,

mas deixam fissuras, lesões e marcas...

Quero aprender para evitar...

mas como fazer, se salvar

das borrascas dessa vida,

se nosso coração é lapa ferida,

de uma pedra-sabão bem fraca...

daquelas que só artesão lapida

e se a rasga no centro do ventre

é em prol de produzir com estima e anseio

o que desejou nesse meio tão quente...

o veio de estatuetas bonitas?

O artesão é um artista

a andar na contramão da pista...

de uma estrada que se avista,

após curvas, retas, conquistas,

nas utopias, quimeras, alquimias...

alquebradas fantasias egoístas,

day after day do dia a dia...

a produzir ouros e pós

pra se comer como farinha

nas mágoas da foz de olhos d´água,

comemorando em meio à farofada

o seio feliz das caminhadas

regadas a fanfarras e forróbodós!...

Quem viveria esta vida

sem ser cada um nessa lida

um toco do pouco de nós?

E assim se constrói cada ida...

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 30/06/2010
Reeditado em 30/06/2010
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