"E ASSIM SE CONSTRÓI CADA IDA..." (FANFARRAS & FORROBODÓS)
Há momentos que são duros...
aqueles em que nossas caras
esbarram em postes, paredes, muros...
ou que os nossos sentimentos derrapam,
capotam, abalroam na alma de outra pessoa
e entre mortos e feridos todo mundo escapa,
mas deixam fissuras, lesões e marcas...
Quero aprender para evitar...
mas como fazer, se salvar
das borrascas dessa vida,
se nosso coração é lapa ferida,
de uma pedra-sabão bem fraca...
daquelas que só artesão lapida
e se a rasga no centro do ventre
é em prol de produzir com estima e anseio
o que desejou nesse meio tão quente...
o veio de estatuetas bonitas?
O artesão é um artista
a andar na contramão da pista...
de uma estrada que se avista,
após curvas, retas, conquistas,
nas utopias, quimeras, alquimias...
alquebradas fantasias egoístas,
day after day do dia a dia...
a produzir ouros e pós
pra se comer como farinha
nas mágoas da foz de olhos d´água,
comemorando em meio à farofada
o seio feliz das caminhadas
regadas a fanfarras e forróbodós!...
Quem viveria esta vida
sem ser cada um nessa lida
um toco do pouco de nós?
E assim se constrói cada ida...