CREDO
Vejo o que não sei,
sinto o que não lembro.
Ouço cheiros do que passou,
provo texturas e cores
inexistentes.
Ausente do real,
fico onde estou
e saio de onde nunca
nunca estive.
(In)tento viver.
Fora me apego,
dentro me livro.
Fluidamente
me desmancho
e refaço.
Não me perco
de mim, em tantas
que (in)vento.
Em partes ou inteira, vou.
Creio no que sou.
Lina Meirelles
Rio, 30.06.10