Anjo da Noite
Sobe a luz reluzente da lua,
ficas a vagar pela rua como boêmios.
Ruas serenas e nua.
Em meu leito choras insênios,
que provocariam um crepúsculo,
mas tua insatez te reduz,
coloca-te contra a luz...
Anjo da Noite,
vem a vagar,
disponde seus fracos sentimentos,
e passa a chorar.
foges do mundo intenso e fixa-se em fingimentos.
Anjo da Noite a me adorar,
voa com tuas imensas asas,
em caminho ao meu encontro...
Em claridade do luar,
vem acompanhar-me na escuridão,
junto a mim sufocar,
e preencher esse vagão...
Anjo da Noite sereno,
inculto explende o rancor que existe em ti,
andas com seus pés ferventes no grandioso mar de fogo e ferventes larvas...
Choras diante meu leito um perverso e cheio lago cinzento...
Fixa-se nesse tristonho e maligno olhos escuros,
que dominam e perfura o coração,
deixando-ocarente e complexo de furos...
Anjo da noite, vem a cantar,
seus estridentes gritos, aflitos e agudos,
recentimentos flácidos e impuros...
Procuras por um leito tranquilo,
encontras aquela rosa branca a chorar,
lágrimas de cristais vermelho derramar,
e finge a sonhar...
Anjo da noite, Anjo da noite,
junta-se à escuridão e bombardea o coração...
Choras oh anjo puro e inculto.
Choras mares escuros.
Choras oh anjo boêmio.
Choras na noite anjo sereno...