Na quietude deste universo

Na quietude deste universo gato passando

unhas roídas anel de Vénus pronunciado

sentimentos fluidos encontrando reflexos em espelho

rachado, quebrado, partido,

nada de alegrias vãs passadas na frente

quase agarradas, repetidas, perfeitas.

O homem do leme olhava ao longe a tempestade,

mar alteroso atenção tensão

reencontro com o monstro tormentoso

como sempre em vida, aproximação final,

um copo de vinho, brinde imaginado,

gato escondido, madeira estalando,

espuma desse mar gigante indomável,

visão incrível, beleza escondida, secular,

na escuridão do dia o embate anunciado

tanta força desconhecida, urros impressionantes

animal solto, besta ferida.

Na quietude deste universo o barco desaparecia

despedaçado desfeito

apenas partícula de cosmos.