TRADUZIR A MINHA SORTE
Vou andando pelo meu caminho
nem sempre sei para onde
muitas vezes estou sozinho
muitas vezes vou para longe.
Não sei traduzir a minha sorte
nem sei se é ela que me traduz
a vida de um lado do outro a morte
a escuridão sai quando entra a luz.
Quem me preparou o destino
não quis mesmo facilitar
posso mudar, pois não me confino
não quero nisso acreditar.
Dizem que eu sou o culpado
ou que estava em minhas mãos
mas se não fui preparado
não estive com meus irmãos.
O caminho me foi árduo
sem muitas contemplações
levo comigo este fardo
na alma alguns arranhões.
Nunca tenha pena de ti
nunca fique parado na tua queda
ouça o canto do bentivi
sinta o amanhã que se apega.
O manejo de teus versos
saiba administrar com destreza.
Os pensamentos submersos
concentrado em tua beleza.
Falo da beleza em meu caminho
é ela que faz a diferença
um filhote em seu ninho
faz dissipar qualquer descrença.
Trato em outra dimensão a feiura
lido com o literal e a alegoria
o que é feio traduz em amargura
e o belo nos olhos da fantasia.
A beleza está nos olhos de quem vê
a feiura também é assim
tem quem não gosta do amanhecer
outros que apressam o seu fim.
Quando a sorte chegar
ofereça-lhe uma cadeira!
Pare um pouco de rezar
olhe a maçã debaixo da macieira!
Eu corro atrás da riqueza
e ela corre atrás dos ricos
até a deusa da beleza
está arrolada entre os mitos.
(YEHORAM)