Por uma noite

Lá no horizonte,

Onde o último raio de luz

Corta o céu, já anil,

Vejo o sol despencar...

... para nunca mais

Brilhar neste mesmo dia.

E o que fica do restante deste tempo

É algo mais que as lembranças.

No ocaso muitas coisas se resumem.

Muitas coisas ficam pra trás,

Abstraídas na imaginação e

Na vontade de quem tentou.

As atitudes e vontades

Muitas vezes exasperados

Pelo sonho e emoção

Cai na realidade crua da frustração.

Mas, afinal, o que são essas coisas?

O que são se não vida

Ou lição.

Sim, há quem diga.

E a noite vem fria.

Coberta de insônia,

Às vezes angústia,

Ou alguma confusão.

As estrelas tilintam

E se deslocam em minha frente

Num vagar redundante

De poucos pensamentos.

Quando o sol se põe

Nos parece que nunca mais

Haverá um dia como esse.

Pois é sempre assim.

Mas nunca nos lembramos

De que se passou um dia.

E que na outra ponta do horizonte

Um novo raio de luz já corta o céu,

Azulando-o...