O velho do Rock
O velho que toca rock na TV é o tempo parado.
Acredita em Einstein e confunde o Presente com o Passado.
Junto dele existem outros tantos. Ser estranho. Símbolo gasto, usado.
Todavia, Fabio, o “politicamente correto” afirma que é você quem está mal humorado.
Pedófilo de si próprio. Contudo, dizem que é “jovem de espírito”.
Pelo sim, pelo não, finjo concordar. Já que está dito . . .
E me ponho a procurar a origem deste mito;
manter a falsa e inútil juventude tornou-se um rito.
Seremos, doutor analista, Peter Pan? Nunca cresceremos?
Ou, então, sermos a fruta pronta não é o que queremos?
Tememos a inexistência e nos iludimos que nunca morreremos?
Este terror será um dragão que nunca venceremos?
Enquanto se lucubra, o velho do rock transpira o rebelde que pensou ser um dia.
Mas (sempre há um mas. . .), o abdômen já lhe cresceu e a calvície já se anuncia.
Grita velhos refrões. Imagino o quanto as juntas devem lhe doer.
Berra pela guerra; é cômodo ser valente quando já não se tem que combater.
Velho do rock, olhe: outros sobem no carro da vida. Cada um no seu tempo.
E veja que o Tempo é como o Ar. Cada qual sorve o seu bocado.
Não avance sobre o de outros. Cada época com o seu refrão.
Cada geração faz a sua festa e você já não é mais o convidado.
Junte as tuas lembranças. Talvez, fitas bonitas decorem o que foi o seu quinhão.
Repare no close da TV. As rugas mapeiam o teu rosto,
tua face seguiu com o Tempo. É bobagem tentar a plástica ou o botox.
A natureza não aceita xerox.
Não se exponha. Não seja de mau gosto.
Velho, o maldito espelho é cruel!
Velho, só abra o teu baú na ausência do Mundo.
Aquele baú onde todos nós guardamos a maior parte da vida
e donde deixamos escapar, vez ou outra, o pedacinho que resta.
Contente-se em ter participado da tua festa.
O velho que toca rock na TV é o tempo parado.
Acredita em Einstein e confunde o Presente com o Passado.
Junto dele existem outros tantos. Ser estranho. Símbolo gasto, usado.
Todavia, Fabio, o “politicamente correto” afirma que é você quem está mal humorado.
Pedófilo de si próprio. Contudo, dizem que é “jovem de espírito”.
Pelo sim, pelo não, finjo concordar. Já que está dito . . .
E me ponho a procurar a origem deste mito;
manter a falsa e inútil juventude tornou-se um rito.
Seremos, doutor analista, Peter Pan? Nunca cresceremos?
Ou, então, sermos a fruta pronta não é o que queremos?
Tememos a inexistência e nos iludimos que nunca morreremos?
Este terror será um dragão que nunca venceremos?
Enquanto se lucubra, o velho do rock transpira o rebelde que pensou ser um dia.
Mas (sempre há um mas. . .), o abdômen já lhe cresceu e a calvície já se anuncia.
Grita velhos refrões. Imagino o quanto as juntas devem lhe doer.
Berra pela guerra; é cômodo ser valente quando já não se tem que combater.
Velho do rock, olhe: outros sobem no carro da vida. Cada um no seu tempo.
E veja que o Tempo é como o Ar. Cada qual sorve o seu bocado.
Não avance sobre o de outros. Cada época com o seu refrão.
Cada geração faz a sua festa e você já não é mais o convidado.
Junte as tuas lembranças. Talvez, fitas bonitas decorem o que foi o seu quinhão.
Repare no close da TV. As rugas mapeiam o teu rosto,
tua face seguiu com o Tempo. É bobagem tentar a plástica ou o botox.
A natureza não aceita xerox.
Não se exponha. Não seja de mau gosto.
Velho, o maldito espelho é cruel!
Velho, só abra o teu baú na ausência do Mundo.
Aquele baú onde todos nós guardamos a maior parte da vida
e donde deixamos escapar, vez ou outra, o pedacinho que resta.
Contente-se em ter participado da tua festa.