ECLIPSE

No escuro, vejo vultos

Ouço passos, tateados

Pés descalços, calejados

No asfalto, friorento

Sinto medo, tremulado

Me abraço, no sereno

Ouço grito, afinado

No infinito, ilimitado

O passado, mora ao lado

Um vizinho, vigiado

Vejo gente, no vazio

Apressado e sem tempo

De mãos dadas , geminadas

O silêncio, meu escudo

Vaga só, na multidão

O sol pare, um clarão

Caos geral, na imensidão

Sonho bobo, acorda o sono

Sobressalto, no colchão.

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 28/06/2010
Código do texto: T2346517