A noite...

O vento vem frio... Marcado pelo dia... Raios de sol?
Mergulho nas letras falidas... Nas frestas de alguma ferida... Nos ditames de um discurso falho.
Cavalgo pelas frias e dissimuladas memórias... Inventados ritos e planos... Sonhos.
Andei pela floresta.. .Guia de um espetáculo... Assinalados dedos que marcam os passos... Largos.
A noite vem... Feito corrente marítima... Um lençol de águas claras... Feito de cobertas que aquecerão os risos... Permito-me?
Ainda abraço os joelhos... Sinto tanto... Sinto muito.
Os andares de um edifício... Pequenino caminho de olhares... Soltos os calcanhares. Recolho-me.
Quem sabe... A ligação fez-se em apelo... Mas, não se ouve o suficiente...
Quem sabe, o mundo ainda leia em entrelinhas... Em linhas... Em rendas... Travesseiros.
Ainda espero a chuva que cairá... Mas, o tempo olha-me matreiro... Brinca com meus pensamentos. Agrido-me ao toque que estranho... Não me reconheço mais... Não me olho... Percebo que aprendi a vagar em horas más.
A noite tem essa mania falha de parecer melhor do que o dia... Quem sabe, amanhã, tramo outra história... Quem sabe, eu esbarro em alguma esquina que me aguarda... Uma nova estrada.
Mas, hoje, não...


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