Parafusos...!

Para qual lado que se vira, avalos,

Parede sem apego para acabamentos,

Todas as veias reticentes de sangria,

Sem ter um parafuso no bolso,

Para qual palavra que se expira, talos,

Alguma coisa incubada, filamentos,

Estórias começadas para serem contadas,

Quantas piadas no arcabouço,

Para qual face que se revira, calos,

Várias verdades ainda sendo ditas,

Qual é real que se sobrepõe & agita

De verdade contradita & fica, esboço,

Para qual fase se prepara, talos,

Entre preguiça & má vontade, sombras,

Aquilo que coroe pontos de saudades

Uma demão, o fio esticado, talento,

Algumas notas para tentar sair do poço,

Para qual atitude se depara, cacos,

Entre todos os fantasmas em desdita,

Toma da corrente feros & flagelos,

Tal vista que espreme aquilo que falta,

Das marcas que revigoram o pescoço,

Para qual fim se espraia, gargalos,

Uma estória sobre a outra sem fim,

Da trajetória aos pés pelo chão,

O tempo que se perde em desculpas,

Tudo se suprime, basta esforço,

Para qual chave se abre a fenda, galos,

Da direita ou da esquerda, uma cama,

Foge o olhar pela janela qual chanfro,

A mão que afoita nega em abstrato,

A boca seca que foge sem um beijo,

Toda linha que embrulha o troço,

Para qual sinal se atenta, retratos,

Da calma que lhe dilacera toda vez,

Sua compulsão pelo sair correndo,

Esta lágrima finca a face, arcabouço!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 27/06/2010
Código do texto: T2344748
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