Mapa do meu ego
(Sol ardendo na minha pele
Queimando até a alma que não tenho...)
Quem me dera ser um patético
E pálido poeta
Desses das periferias, que admiram a lua...
Sofreria menos,
Beberia uma ou duas...
E despencaria do tédio.
Mas , eu...
Vivo demais pra ser saudável
Penso demais pra ser doente
Sou um semi-nada...
Uma menininha que quando nua
Brinca de matar,
Quando só
Brinca de morrer.
Sou um grão de areia na beira desse rio imundo
Querendo ir pro mar...
Sou pequena,
Gigante é o nojo
Maior é a cólera
E ainda maior é minha fera...
Brincando de acarinhar teu sexo
Sorrindo pro teu ego inflado
E pisando na minha ausência
Dentro de mim.
Lívia Noronha
Belém, 27 de junho de 2010.