CINZAS

Pioneiro desbravador dessa imensidão,
Flutuo nas veredas dos sentidos
Descobrindo a nascente da emoção,
Queimo o presente no cigarro que fumei,
Jogando as cinzas sobre a amante solidão.


Ouço vozes, ecos perdidos do passado,
Ando na noite, ando no dia,
Sinto a aflição, escuto a vã filosofia
Do ser atormentado, condenado,
Observo um anjo fingindo, fugindo,
Peso o peso dos pecados feitos a esmo,
E dos grilhões que vão aprisionar,
Porque ninguém foge de si mesmo.


Busco, procuro o futuro
No horizonte dessa imensidão,
A dor do tempo já espalhei
Feito as cinzas do cigarro
Que solitariamente fumei,
queimando a solidão,
Fruto amargo desse chão.


Serei cinza amanhã,
Hoje não...


NOTA DO AUTOR: Embora o texto faça analogia com cigarro, aviso que sou ex-fumante.


ANDRADE JORGE
DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS
BLOG http://andradejorge.zip.net
25/09/05
RJ
(REPUBLICAÇÃO)
ANDRADE JORGE
Enviado por ANDRADE JORGE em 06/09/2006
Reeditado em 09/10/2016
Código do texto: T234327
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.