Pas de deux
Me sinto voando toda noite,
Com braços abertos e pernas arqueadas.
Não tenho sono e só vivo acordada,
Meu travesseiro é um açoite.
Mesmo cansada resolvo não parar,
Pois os outros sempre querem me ver,
Sou movida a desafios com parceiro forte.
Não tenho medo de envelhecer,
E não fujo da morte,
Que um dia chegará para mim.
Mas isso não será o fim,
Só me entristece saber que posso adoecer,
E não dançar mais o pas de deux.
No fim de tudo,
Vou para o espaço enternecer minha alma,
E por trás das cortinas de veludo,
Só um raio de luz me acalma.