Pas de deux

Me sinto voando toda noite,

Com braços abertos e pernas arqueadas.

Não tenho sono e só vivo acordada,

Meu travesseiro é um açoite.

Mesmo cansada resolvo não parar,

Pois os outros sempre querem me ver,

Sou movida a desafios com parceiro forte.

Não tenho medo de envelhecer,

E não fujo da morte,

Que um dia chegará para mim.

Mas isso não será o fim,

Só me entristece saber que posso adoecer,

E não dançar mais o pas de deux.

No fim de tudo,

Vou para o espaço enternecer minha alma,

E por trás das cortinas de veludo,

Só um raio de luz me acalma.

Lucelio Garcia
Enviado por Lucelio Garcia em 26/06/2010
Reeditado em 20/02/2013
Código do texto: T2343184
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