Natural

Amanhece o dia,
Depois de uma noite de dúvidas.
 
No céu, lua cheia,
Cintilado por outros sóis,
     Outros planetas,
     Talvez outras vidas.
          Que biologia eles têm?
     Talvez outros animais.
          Como serão eles?
 
Talvez outras mentes
     Que sentidos, sentimentos, virtudes e valores eles terão?
     Que tipo de convivência?
 
Talvez outras sociedades
     Que organização terão?   
     Serão territoriais?
     Serão possessivos?
     Terão justiça social?
     Terão superado as mazelas de suas origens animais?
     Que crenças terão?
          Terão superado as discriminações e segregações religiosas,
               em nome de uma fraternidade maior?
          Terão cultivado a curiosidade
               em nome de uma busca do desconhecido?
     Que tipo de ética os moverão?
          Terão superado a necessidade de uma ética formal,
               em nome de um AMOR universal?
     Estarão eles nos procurando?
     Quão distantes estarão?
          Distancia física?
          Distancia mental?
          Distancia existencial?
 
Findada a noite,
Chega a manhã,
Iluminada de luz e razão.
É razoavelmente evidente que não estamos a sós.
A natureza, sagrada imanência do natural
Me mostra que não possuo nada de especial.
 
Sou único,
     Apenas enquanto ente mental apresentável.
     No intimo do inconsciente
          sou múltiplo, sou complexo
          como múltiplas e complexas
          são as apresentações da natureza
 
Louvo-te natureza
Amo-te natureza
Amo ser natural, amo ser imanente
     É muito mais belo, muito mais complexo e mais raro,
     Existir pelo capricho, não direcionado ou planejado
     Da santa MÃE NATUREZA.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 26/06/2010
Reeditado em 26/06/2010
Código do texto: T2342626
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