O Nada
O que iria dizer...?
O nada não existe.
Mas não existe onde ?
Existe onde há o nada !
Mas se existe o nada,
onde está o que não existe ?
Talvez eu saiba:
Está onde persiste
a Razão Humana
em desconhecer o que não existe.
Ou não é nada disso.
O na-da.
Aqui o substantivo é vivo
e até definido pelo artigo
que já é definido por convenção
Hu-ma-na.
Como me deixa triste isso.
O nada não existe;
e o humano persiste
em desconhecer o na-da.
Deus está em todo lugar.
Se o nada fosse um lugar
lá estaria Deus.
Nada disso !
Deus não estaria lá,
com certeza,
porque não existe o nada.
Pois, se há o que não consigo definir,
não existe.
E assim persiste a Razão Humana.
Bem, por matemática pura
o nada já existe por definição contrária a alguma coisa.
Ou não é nada disso ?
A definição não é contrária ?
O nada não existe.
Isso me deixa triste.
Agora me diga você mesmo:
o que não existe
não é contrário ao que existe,
se o nada é o que não existe
e se é contrário a tudo que existe
- que é alguma coisa -
então o nada existe.
Isso me deixa confuso e triste.
E persiste minha razão em pensar em nada.
Então eu nada seria
segundo um Filósofo - Poeta
de uma era pré-moderna.
Mas "o nada seria"
ou "o nada não seria" ?
Mas não é o contrário "nada seria" e "nada não seria" ?
Então seria algo o "não seria".
Ou "não seria" seria o que está fora do círculo
de nosso conhecimento.
E se caminhamos pelas veredas da evolução,
o nosso círculo de conhecimento se aumentaria,
e conheceríamos mais e mais
até que o círculo aumentasse indeterminadamente,
progressivamente;
e o nada ficaria cada vez menor,
cada vez menor...
até que se transformaria em na-da.
Isso me deixa triste,
por um momento
minha mente persiste
em pensar em nada.
E se conhecêssemos tudo
e nada mais restasse a se conhecer,
tudo seria definido.
E o nada, nada o definiria.
Se tudo o conhecimento engloba,
nada restaria, para se conhecer.
E Deus imensamente sábio
fez-nos caminhar pelas veredas da evolução
para que tudo soubéssemos um dia,
a ponto do círculo do conhecimento
reduzir ao nada o nada.
Ou nada disso é verdade.
E lá,
onde o "nada" se reduz a nada,
chegaríamos e finalmente diríamos
que o caminho agora é retrógrado,
pois o nada acabou,
e que o nada, pasmem,
o nada agora somos nós.