BAIXA O PANO.

Baixa o pano,

Retorno à vida,

Volta ao existir,

Artista já foste,

És agora fugitivo

Neste constante

Fugir da vida,

À própria vida,

Vida alheia

Às vontades tuas.

Baixa o pano,

Outra farsa foste,

És sim, fugitivo

Em fuga eterna,

Mas na rotunda

Estampada em sombras

Tua silhueta fugindo

Numa vida imunda

E perdendo a tua consciência

para consciência alheia.

Baixa a pano,

Retorno à vida real,

Vida feia

Onde o pano negro,

Onde a morte

Ressuscita aos aplausos,

Onde a terra

Sulca-se no palco,

Onde foste um dia rei,

Foste noutro majestade

E nunca foste tu,

Tu mesmo,

Artista na realidade,

Fatalista que mata

Na farsa vida.

(D’Eu)

Sidnei Levy
Enviado por Sidnei Levy em 09/06/2005
Código do texto: T23420