Negro

O meu canto

É de dôr.

De perceber

Que as mãos, ainda

Estão acorrentadas.

Os espiritos ainda

Viven nas cenzalas.

E a dor ainda não morreu.

As diferenças jogão-me

Ainda nas sargetas.

A negra pele ainda é preta

Sangrando,

ainda está meu coração.

03.01.04

Hermes Brasil
Enviado por Hermes Brasil em 26/06/2010
Reeditado em 05/08/2010
Código do texto: T2341957