Fado
O velho em minha casa está cansado,
Mas não há queixa, nem infelicidades,
Diante da doença, de seus filhos e de seu fado,
Ele relembra os tempos, onde as batalhas
Era a inspiração pros guerreiros em campo,
E em seu intimo deseja voltar pra aqueles tempos.
De frente ao inimigo, que honrosamente caem a seus pés,
Sob as sombras de inúmeras flechas zombeteiras,
Na ponta da lança contra seu peito,
Lutando para se equilibrar no fio da espada que o empurra,
Tentando o afogar num oceano vermelho, que já foi de seu povo.
O velho em minha casa está cansado,
E desfaz seu sorriso quando abre os olhos,
Abandonando seus devaneios,
Largando seus filhos,
Deixando este corpo doente.
O velho em minha casa, foi um guerreiro,
Nobre e de bom coração,
O velho em minha casa,
Aguarda-me sorrindo, até o dia em nos veremos novamente,
Talvez lutaremos juntos,
Defendendo nossa casa de novo.
O velho em minha casa,
Terá sua vingança,
Isso eu lhe asseguro, e peço aguarde por isso,
Até o dia que te encontrarei de novo,
Pai.