Gratidohm

Quando a vitória chegou

Ele não soube como fazer.

O prêmio não era paz

Era arma e escudo novos

Vencer não era o fim

Sim seu verdadeiro princípio.

Sobre a corda bamba

Não olhava abaixo nem atrás

Sobre a emoção atemporal

Bamboleava entre pitos.

Perigoso demais parar

Perigoso demais retornar

Sóbrio lealdade restava

E rogava aos multiverso por direção.

A prece iniciava ilustrada

Oração de palavreado

Depois ele repetia noutra língua

E enfim percebia que reza boa

Era mesmo em silêncio astral

Pura audição em foco total.

Quando enfim venceu

Não teve tempo de parar pra olhar.

O amor já abria cadeados

Descendia do éter ao pé de mim

A ventura acenava marota

Cantarolava nova bahiana esfaimada.

A urgência já aguardava ação

Demônios cutucavam aos rodapés

A paciência já exigia o supremo

A suculência já pulsava o pântano coachante.

Quando o apoio firmou

A janela desgradeou

O colóquio sintético se engraçou

O tom prudente se afirmou.

Fim da batalha mas não da guerra

Agora o canhão laser fazia lazer

O ovo da fortuna escapulira da cloaca

Agora o trabalho era o melhor prazer.