ABANDONO

Sentimentos reprimidos
sons que ecoam engasgados
absorvendo os ais aos poucos
no abandono das mãos que não tocam

Inunda-se a alma
em derretidas lágrimas a expor
os lamentos do que não fora
a tristeza que se fizera
a partida certa.

Anoitece, no vão que persiste existir
no caos absorto de mim
Nasce a poesia moribunda
encoberta se faz pelo véu da solidão
Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 24/06/2010
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