Noites de São João
Quando eu menino,
ao pé das noites de São João,
para o céu empurrava balões.
Buscava-os até quando
o tamanho das estrelas
confundissem os lumes.
Em cada balão
uma esperança
sem itinerário
brilhava.
Quando eu hoje,
ao pé das fogueiras de São João,
para o céu empurro os olhos,
busco balões inconsequentes,
estrelas errantes,
e amores vívidos
que se apagaram na noite fria.
Quando eu menino,
ao pé das noites de São João,
pulava fogueiras,
soltava esperanças.
Não me imaginava hoje,
ao pé da fogueira,
pulando a noite,
soltando lembranças.