O tempo do relógio

Estava eu a passear

Por um bosque onde nunca vi ninguém andar.

Sem trilha pra me guiar

Fui seguindo o canto do sabiá.

Cheguei numa clareira

E me pus a repousar,

Sob uma imperial palmeira

Fechei meus olhos e comecei a sonhar...

Que mundo é este que não para de girar?

Por muitas horas filosofei sem parar.

O tempo não volta,

O tempo não avança,

O tempo não para,

O tempo não descança.

Sempre com a mesma velocidade

Transforma o dia em semana.

A espera é esperança,

A Guerra é impaciência,

A morte é herança,

A ansiedade intolerância,

O tempo é mudança.

Passado

Presente

Futuro

Antes

Agora

Depois

Se eu pudesse parar o mundo por um instante

Nada adiantaria,

Pois, o tic-tac continuaria,

O tempo está na cabeça do constante.

Sempre as horas vão passar

E se eu continuar a filosofar

Sempre vou me atrasar.

É...

Está na hora de levantar

E mais uma vez vou chegar

Depois do jantar.

Tranquilo mesmo é o sabiá

Que nem relógio tem

e nunca se atrasa para cantar.

Iza a Bella
Enviado por Iza a Bella em 24/06/2010
Reeditado em 24/06/2010
Código do texto: T2338929