O tempo do relógio
Estava eu a passear
Por um bosque onde nunca vi ninguém andar.
Sem trilha pra me guiar
Fui seguindo o canto do sabiá.
Cheguei numa clareira
E me pus a repousar,
Sob uma imperial palmeira
Fechei meus olhos e comecei a sonhar...
Que mundo é este que não para de girar?
Por muitas horas filosofei sem parar.
O tempo não volta,
O tempo não avança,
O tempo não para,
O tempo não descança.
Sempre com a mesma velocidade
Transforma o dia em semana.
A espera é esperança,
A Guerra é impaciência,
A morte é herança,
A ansiedade intolerância,
O tempo é mudança.
Passado
Presente
Futuro
Antes
Agora
Depois
Se eu pudesse parar o mundo por um instante
Nada adiantaria,
Pois, o tic-tac continuaria,
O tempo está na cabeça do constante.
Sempre as horas vão passar
E se eu continuar a filosofar
Sempre vou me atrasar.
É...
Está na hora de levantar
E mais uma vez vou chegar
Depois do jantar.
Tranquilo mesmo é o sabiá
Que nem relógio tem
e nunca se atrasa para cantar.