Os advogados do "nada"
Assim são os teólogos,
preparados para defender a ré,
popularmente conhecida como fé,
no tribunal sob o juízo da razão,
lutando pela absolvição
de todo tipo de supertição.
A argumentação deles me hipnotiza,
e as pessoas comuns se sensibilizam.
A eloquência ante o misticismo denota sabedoria.
Hemenêutica, exegese são outros gêneros de patifaria.
A insuficiência persuasiva desses estudiosos
os obrigam a forjar símbolos valiosos
na intenção de provar
a veracidade de contos falaciosos.
Refinam seus discursos a cerca do desconhecido,
inflam-se de presunção na frente do júri,
composto pelos difusores de conhecimento irrefletido,
que anseiam apenas enriquecimento econômico sem que algo mude.
Falar em coisas invisíveis é o mesmo que falar em nada,
direcionar o tema a divindades proporciona uma ótima fachada.
Os teólogos anulam nosso senso crítico por meio da "palavra sagrada",
os conceitos de evidência e prova devem ser descartados
pois isso lhes asseguram renda e prestígio elevados.
A esses intelectuais malsucedidos
apelar pra religião é mais que conveniente,
eles sabem que por aí há muita gente
privada de seus direitos fundamentais,
sejam eles civis ou constitucionais,
que não aceitam ter uma vida tão sofrida
sem que quando tudo acabar se tenha uma recompensa garantida.