Calibre (Anderson Julio)

Devastador!

Assim concluo

o ferimento que possuo...

nas entranhas dos meus medos,

nas esquinas dos enredos

que invento com a dor.

Imaginável...

O amor puro...potável...

Que brota ao longo do tempo...

e que gira ao gosto do vento

a cada vez

que me permites... outra vez...

te ter aqui.

Inebriante...

Tua boca colante

maior do que a minha

no breu da cozinha

a me afogar em lembranças

e na ginga das danças

que nunca tivemos.

Inatingível...

O amor preservado

no tempo roubado.

O olhar que diz tudo

E o sorriso mudo

Da vida tão nossa

Que sempre se esboça...

A cada toque...

A cada pausa...

Inconseqüente...

O pulo do muro...

O beijo no escuro...

A cada encontro

E tudo que vem...

E tudo que vai...

E tudo que inibe...

Esse amor

de grosso calibre

que mata e renasce...

no teu olhar verde

e nesse meu mundo...

tão teu!