O PÓ DAS PÉTALAS
PÉTALAS DE CORES FALSAS
QUE ENGANASTE AS BELAS ROSAS
UM DIA SURGIRA NO MUNDO
NUM MUNDO QUE NÃO TINHA MAIS VOLTA
VIRANDO EM PÓ O ORVALHO
DEIXANDO EM SI O CONTRÁRIO
DEITOU-SE SOBRE A CAMA DE ESPINHOS
PERFURANDO SUA ALMA E SEU CAMINHO
TU QUE VIRASTE PÓ DE LIMO
ABRISTE AQUELE BELO CAMINHO
COSTURANDO A FLOR EM DOR
MESCLO-A NO TRISTE HORROR
PÉTALAS QUE NÃO FAZEM MAIS SENTIDO
AGORA CAEM DEVAGAR EM OMBRO AMIGO
CHORAM O LEITE DERRAMADO
QUE É JOGADO SEM RUMO E EM PEDAÇO
COR, TEMPO E MOVIMENTO
ELAS CAEM SEMPRE NO MESMO MOMENTO
PINCELAM O QUADRO INFINITO
INFINITO É MESMO O TEU TEMPO
DÓ QUE FAZ RÉ SEM MI
NO FÁ DO SOL, LÁ, SI
O DÓ QUE UM DIA ESGOTOU
VAGANDO PELO CÉU CHOROU
O PÓ DAS PÉTALAS FOI CAINDO
SOBRE A CABEÇA DAS PESSOAS SE DISPINDO
A TERRA TODA ESTREMECEU
E COM O UNIVERSO INTEIRO DESAPARECEU
TRISTE O FIM DO COLORIDO
QUE UM DIA NO MUNDO HAVIA SURGIDO
DEIXOU SUA HISTÓRIA EM PRETO E BRANCO
DERRAMANDO AGORA SUA GLÓRIA EM PRANTO
LARA
Proibida a cópia. Este trabalho Também está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil