O PÓ DAS PÉTALAS

PÉTALAS DE CORES FALSAS

QUE ENGANASTE AS BELAS ROSAS

UM DIA SURGIRA NO MUNDO

NUM MUNDO QUE NÃO TINHA MAIS VOLTA

VIRANDO EM PÓ O ORVALHO

DEIXANDO EM SI O CONTRÁRIO

DEITOU-SE SOBRE A CAMA DE ESPINHOS

PERFURANDO SUA ALMA E SEU CAMINHO

TU QUE VIRASTE PÓ DE LIMO

ABRISTE AQUELE BELO CAMINHO

COSTURANDO A FLOR EM DOR

MESCLO-A NO TRISTE HORROR

PÉTALAS QUE NÃO FAZEM MAIS SENTIDO

AGORA CAEM DEVAGAR EM OMBRO AMIGO

CHORAM O LEITE DERRAMADO

QUE É JOGADO SEM RUMO E EM PEDAÇO

COR, TEMPO E MOVIMENTO

ELAS CAEM SEMPRE NO MESMO MOMENTO

PINCELAM O QUADRO INFINITO

INFINITO É MESMO O TEU TEMPO

DÓ QUE FAZ RÉ SEM MI

NO FÁ DO SOL, LÁ, SI

O DÓ QUE UM DIA ESGOTOU

VAGANDO PELO CÉU CHOROU

O PÓ DAS PÉTALAS FOI CAINDO

SOBRE A CABEÇA DAS PESSOAS SE DISPINDO

A TERRA TODA ESTREMECEU

E COM O UNIVERSO INTEIRO DESAPARECEU

TRISTE O FIM DO COLORIDO

QUE UM DIA NO MUNDO HAVIA SURGIDO

DEIXOU SUA HISTÓRIA EM PRETO E BRANCO

DERRAMANDO AGORA SUA GLÓRIA EM PRANTO

LARA

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Larissa Feitosa
Enviado por Larissa Feitosa em 05/09/2006
Reeditado em 30/03/2019
Código do texto: T233664
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